Por Poíesis Alves
O Rock jamais morrerá! Sim, o Rock jamais morrerá porque o Pink Floyd é eterno, portanto, o Rock também o é. Essa não é uma conclusão de uma mera fã apaixonada pela banda e sua obra, é a conclusão de uma admiradora da música, que tem sua essência nas melodias cativantes, nos solos de guitarra enlouquecedores e viajantes, nas letras satíricas e críticas. Assim como todas as bandas que constituem a nata do Rock N’ Roll mundial, Pink Floyd faz música para a alma, para o inconsciente e para o coração e só quem gosta são os que têm a sensibilidade mais peculiar e aguçada que possa existir.
Uma coisa que me chama a atenção é o fato de que as pessoas, hoje em dia, estarem tão acostumadas a músicas mais comuns e midiáticas bem características de nosso mundo essencialmente consumista e industrial que quando se diz que grande parte das músicas do Pink Floyd tem uma média de 8 minutos de duração, havendo várias delas que ultrapassam os umbrais dos 15 minutos, a rejeição é instantânea seguida daqueles comentários que estamos cansados de ouvir: “20 minutos?! Ah, essa música deve ser bem chata, imagina passar 20 minutos ouvindo a mesma coisa”. Ou senão é assim: “Esse CD só tem 5 músicas? Que sem graça, deve ser bem chatinho!”. Ou mais ainda: “Essa música vai ficar só nisso? Ninguém vai cantar não?" É, realmente as pessoas preferem quantidade ao invés de qualidade musical e mesmice ao invés do diferente.
Singelo engano desses inocentes e mal informados indivíduos que, ingenuamente, crêem que uma música de 20 minutos possa ser enjoativa... Aliás, convenhamos que se a música tem mais de 10 minutos, já é bastante visível o fato de que ela nada tem de repetitivo ou enjoativo. Muito pelo contrário: músicas que passam o limiar dos 10 minutos têm muito mais a oferecer de variedade, encantamentos, arranjos, solos do que uma música de apenas 3 minutos, por exemplo. Não que Pink Floyd e diversas outras bandas de renome do chamado Rock Progressivo não tenham músicas curtas, claro que têm e são também infinitamente maravilhosas, mas o fascínio e as sensações que as músicas mais longas do Pink Floyd provocam são muito mais indescritíveis e especiais!
Desta maneira, sabemos que as mais belas músicas do Pink Floyd são aquelas como Shine On You Crazy Diamond (que com todas as suas partes juntas totaliza cerca de 26 minutos e nas reproduções ao vivo sua duração vai mais além); Echoes (também com cerca de 23 minutos em sua versão original); Atom Heart Mother (que em algumas versões ao vivo chegou a ter 30 minutos); Dogs (que ultrapassa os 16 minutos); Pigs - Three Differente Ones (que já alcançou 21 minutos ao vivo, 10 minutos a mais que a versão de estúdio); A Saucerful Of Secrets (música instrumental com diversas versões que ultrapassam os 25 minutos). Outras, de duração menor, mas que causam também grande admiração e que emanam, igualmente, grande beleza são: Wish You Were Here (em torno de 6 minutos); Wot’s... Uh, The Deal (de 5 minutos); Hey You (também com 5 minutos em sua versão de estúdio); Comfortably Numb (música que tem um dos mais belos solos de guitarra com versões que chegam a 9 minutos); Remember a Day (uma cândida música de 4 minutos); Money (que na versão de estúdio tem cerca de 7 minutos, mas já foi executada em 9 minutos).
Além disso, não podemos nos esquecer das músicas instrumentais como Any Colour You Like, On The Run e The Great Gig In The Sky, todas do álbum mais conceitual e aclamado do Pink Floyd The Dark Side Of The Moon; muito menos deixarmos para trás as músicas que marcaram a era psicodélica do fim dos anos 1960, tais como Astronomy Domine e Interstellar Overdrive, músicas lançadas no primeiro álbum da banda The Piper At The Gates Of Dawn, de 1967, regido pela maestria louca e diamantina de Syd Barrett.
Em vista disso tudo e de muito mais, ratifico com absoluta certeza: O Rock jamais padecerá enquanto os ecos Floydianos ressoarem como um grande sino de ferro em meio à brisa de aço da mediocridade que nos envolve atualmente!